17.º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes

A maior iniciativa<br>anti-imperialista juvenil

Ini­ciou-se na se­gunda-feira, em Tshwane, na África do Sul, o 17.º Fes­tival Mun­dial da Ju­ven­tude e dos Es­tu­dantes (FMJE), a maior ini­ci­a­tiva in­ter­na­ci­onal anti-im­pe­ri­a­lista ju­venil.

«”Os jo­vens devem estar hoje mais unidos que nunca”, disse Jacob Zuma»

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De­pois da pri­meira edição em Praga, em 1947, o FMJE chegou, fi­nal­mente, ao con­ti­nente afri­cano. Cerca de 20 mil jo­vens de 150 países são es­pe­rados na ini­ci­a­tiva que de­corre até ao pró­ximo dia 21, entre os quais 30 por­tu­gueses oriundos de es­tru­turas ju­venis, es­tu­dantis, sin­di­cais e po­lí­ticas, in­te­grados na co­mi­tiva or­ga­ni­zada pelo Co­mité Pre­pa­ra­tório na­ci­onal.

Na aber­tura do Fes­tival, abri­lhan­tado por vá­rios ar­tistas sul-afri­canos, in­ter­vi­eram o se­cre­tário-geral da Fe­de­ração Mun­dial da Ju­ven­tude De­mo­crá­tica, Tiago Vi­eira, membro do Co­mité Cen­tral do PCP e da Di­recção da JCP, que leu a sau­dação en­viada por Fidel Castro ao Fes­tival, e os pre­si­dentes do Co­mité Or­ga­ni­zador In­ter­na­ci­onal e do Co­mité Na­ci­onal Pre­pa­ra­tório Sul-afri­cano.

O chefe de Es­tado sul-afri­cano, Jacob Zuma, também es­teve pre­sente na inau­gu­ração do Fes­tival que adoptou como lema «Der­ro­temos o im­pe­ri­a­lismo, por um mundo de paz, so­li­da­ri­e­dade e trans­for­mação so­cial».

Di­ri­gindo-se à mul­tidão con­cen­trada no es­tádio Ma­rif­field, Zuma apelou às novas ge­ra­ções para que re­do­brem es­forços na luta por um mundo mais justo e me­lhor, no qual sejam ga­ran­tidos os di­reitos ele­men­tares a todos os seres hu­manos. A so­lução para a mar­gi­na­li­zação de vá­rios países, usada pelos EUA para man­terem a sua he­ge­monia, para a de­si­gual­dade no acesso à edu­cação, saúde, para a po­breza, a fome e o de­sem­prego deve ser con­quis­tada sem de­mora, re­feriu.

Com esse ob­jec­tivo, os jo­vens devem estar hoje mais unidos e em­pe­nhados que nunca, apon­tando e im­ple­men­tando so­lu­ções, su­pe­rando obs­tá­culos, pois são as novas ge­ra­ções quem irá be­ne­fi­ciar do pro­gresso eco­nó­mico e so­cial dos res­pec­tivos países.

No quadro da glo­ba­li­zação, as­si­nalou ainda Zuma, poucos são os países que mantêm a de facto a so­be­rania, su­bli­nhando que tal tem re­flexos, por exemplo, na de­pre­dação dos re­cursos na­tu­rais e na des­truição do meio am­bi­ente.

O pre­si­dente sul-afri­cano re­cordou ainda o es­pí­rito dos fes­ti­vais mun­diais para enal­tecer os seus va­lores uni­ver­sais e re­a­firmar que neles se reu­niram sempre os sec­tores mais pro­gres­sitas da ju­ven­tude.

 

Fim à in­ge­rência

 

Du­rante os dias do Fes­tival, estão agen­dadas di­versas ac­ti­vi­dades cujo ob­jec­tivo é re­forçar a so­li­da­ri­e­dade para com os povos que re­sistem ao im­pe­ri­a­lismo e lutam pela de­mo­cracia e a so­be­rania na­ci­onal, a li­ber­dade e a eman­ci­pação so­cial. Uma das pri­meiras ocorreu logo no pri­meiro dia de de­bates e cen­trou aten­ções no re­púdio ao blo­queio norte-ame­ri­cano contra Cuba e o seu povo.

De­zenas de jo­vens par­ti­ci­param no de­bate onde se ma­ni­festou so­li­da­ri­e­dade para com a Re­pú­blica Po­pular De­mo­crá­ticxa da Co­reia, alvo de um cer­rado ataque do im­pe­ri­a­lismo, e com os povos da Pa­les­tina e do Saara Oci­dental, que há dé­cadas lutam pela in­de­pen­dência e so­frem bár­baras agres­sões por parte de Is­rael e Mar­rocos.



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